4 de ago. de 2010

FESTA NA CATEDRAL.



Desde domingo e visto que hoje é terça, conversei apenas com a mulher da padaria:
- Oi tudo bem?
- Sim tudo, que que manda?
- Saiu agora o de leite?
- Não, é de demanhe.
- O cacetinho saiu agora de tarde, vejo que tem bastante.
- Sim, diz ela.
- Me vê três então.
Reparo ao sair da padaria, que o bom de papo dono do estacionamento da frente não se encontrava encostado na placa onde estão à mostra os valores cobrados; que a tia da lojinha de artigos religiosos de baixo do meu prédio não esta na frente tomando seu tradicional mate doce, o qual não compartilha com o dono do estacionamento que gosta de mate amargo e só toma pela manhã; que nem os cabeleireiros ao lado da lojinha de artigos religiosos se encontram a frente de seu salão com seus cigarros e amigos a fofocar; que não escutei a voz do guardador de carro, se destacando entre os ruídos do dia a dia querendo estacionar e cobrar todos ao mesmo tempo e perguntando coisas as pessoas que por aqui param e saem como se fosse íntimo delas. Não vi nada nesta terça-feira talvez um dos dias mais frios do ano junto com a segunda - feira, quando não coloquei o pé na rua, nem a cabeça e nem a mão.
Motivos físicos e o frio intenso me isolaram do mundo e nessas mais de 48h, falei por telefone, MSN, e-mail com pessoas que conheço e escutei músicas de pessoas que não conheço e de algumas que vi de longe, comi, olhei televisão e conclui: que bom saber algumas músicas no violão, assim o frio passa, os vizinhos voltam às calçadas, eu me mantenho bem; e alguém pode estourar de baixo de chuva forte, fogos de artifícios na Catedral São Francisco de Paula, fazendo clarões de luzes coloridas nas janelas dos que hoje não se encontraram e deixando o frio como coadjuvante para os que hoje festejam.

Felipe Campal

Um comentário:

p disse...

O velho Castilla. Sempre o mesmo.
Abraço.